SHANTA'S CENTRO DE EDUCAÇÃO HOLÍSTICA - ARTIGOS - voltar

 

SHANK PRASHALANA OU VARISARA

Shank Prashalana ou Varisara são palavras sânscritas que significam *o gesto da Concha*, porque a água atravessa o tubo digestivo como se este fosse uma concha.

Infelizmente esta prática iogue não é muito difundida no Ocidente mesmo este sendo um exercício fundamental.


Entre 50% a 60% das pessoas sofrem de um mal crônico da civilização: constipação intestinal. É sabido que esta é uma das causas principais do envelhecimento prematuro, pela
auto-intoxicação que envenena progressivamente o organismo.

A constante auto-intoxicação assim produzida leva a inconvenientes tais como halitose, insônia, depressão nervosa, hemorróidas, erupções cutâneas, congestões hepáticas, irritabilidade, anemias e câncer.

Mesmo aqueles que não sofrem de constipação intestinal trazem em seu intestino grosso uma fonte permanente de auto-intoxicação. A evacuação diária não elimina a possibilidade da mucosa intestinal estar incrustrada de sedimentos tóxicos que jamais são eliminados.

Os especialistas em autópsias dizem que 60 a 70% dos cólons dissecados contêm matérias estranhas, tais como vermes de dezenas de anos. As paredes interiores do intestino delgado são também seguidamente cobertas de camadas mais ou menos grossas de matérias fecais antigas e duras, lembrando as chaminés que necessitam serem raspadas.

O verdadeiro problema é que não existem órgãos de purificação entre a membrana do cólon e a circulação sanguínea. As toxinas vão diretamente ao sangue e, então, se espalham por todo o corpo antes de chegar à pele, aos rins e aos pulmões.


Existe no Yoga uma técnica de autolavagem completa do trato intestinal que oferece resultados surpreendentes e que é ainda pouco conhecida no Ocidente.
Trata-se de uma técnica relativamente simples, pela qual ingerimos água salgada, na mesma concentração do soro fisiológico, para que não seja absorvida pela mucosa intestinal. A água assim ingerida é guiada através do tubo digestivo com o auxílio de movimentos
adequados e facilmente executados, mesmo por principiantes.


Esta autolavagem deve ser feita em jejum e dura, em média, uma hora e meia. À medida que a água é eliminada, observa-se a expulsão de pequenos sedimentos que estavam incrustrados na mucosa intestinal e que são responsáveis por fermentações pútridas e
irritações crônicas. A água eliminada vai se tornando cada vez mais clara e transparente até sair completamente limpa.


É necessário alternar a ingestão de um copo d'água com a realização dos exercícios apropriados, a fim de que não haja acúmulo de líquido em nenhum ponto do aparelho digestivo e que a água continue em movimento. Os resultados fazem-se notar, ainda,
em relação a casos de verminoses, quando a expulsão dos ovos e larvas é feita pela pressão da água em movimento.


É interessante observar a diferença entre Shank Prashalana e as lavagens comuns, que alcançam a parte final do cólon, distendem suas paredes pelo excesso de pressão de acúmulo e perturbam o peristaltismo. O procedimento que o Yoga nos apresenta limpa
completamente todo o trato intestinal, desde o estômago até o reto, tonifica as paredes intestinais e favorece o peristaltismo.


Pela eficácia de seus resultados, basta executa-lo quatro vezes ao ano, sendo o início de cada estação do ano a época a ocasião mais indicada.


O exercício não apresenta nenhuma dificuldade e nenhum perigo, mas a técnica deve ser seguida rigorosamente e os movimentos treinados com alguns dias de antecedência, para que não causem dores musculares subseqüentes, que são absolutamente inócuas. Esta técnica é utilizada pelo Instituto de Pesquisas em YOGA, de Lonavla; no Vishwayatan Yogashram, em Déli; na Bihar School of Yoga, e foi introduzida na Europa por André Van Lysebeth*.

*Livro: Je Perfectionne Mon Yoga, Flammarion, Paris. Em seu livro, André Van Lysebeth, apresenta uma técnica que é uma síntese dos diversos métodos ensinados na Índia.


Shank Prashalana é, portanto, a lavagem e purificação de todo o tubo digestivo, executada segundo a técnica que se segue, com o auxílio dos seguintes exercícios:

 

1o.. Exercício:
De pé, pés separados cerca de 30cm, eleve os braços e entrelace os dedos das mãos,
palmas para fora. Corrija a postura da coluna. Incline o tórax
para os dois lados alternadamente, sem parar, quatro vezes para
cada lado, num total de 8 inclinações em 10 segundos. Este
movimento age sobre o piloro e, a cada movimento em direção ao
duodeno e ao intestino delgado.

 


2o. Exercício:
Este movimento faz a água progredir pelo intestino delgado. De pé,
com os pés separados, estenda o braço direito na horizontal e
dobre o esquerdo, de modo que os dedos polegar e indicador toquem
a clavícula direita. Faça uma rotação do tronco para trás, pelo
lado direito, levando o braço direito o mais longe possível. A cabeça
acompanha o movimento, olhos fixos na mão direita. Volte para frente e em
seguida gire o tronco para o outro lado, trocando a posição dos braços. Repetir
quatro vezes para cada lado, num total, portanto, de 8 movimentos
em 10 segundos.

 


3o. Exercício:
A água vai atingir o fim do intestino delgado, graças a este
exercício. Deite-se de bruços e faça postura elevada da cobra, na qual as coxas ficam fora do solo. Com as pontas dos dedos dos pés e as palmas das mãos apoiadas no
chão, gire a cabeça, alternadamente, olhando por cima
de cada ombro de forma a ver o pé do lado oposto, isto é, quando
olhar por cima do ombro direito, tente ver o pé esquerdo e
vice-versa. Importante: mantenha os pés separados 30cm; os joelhos NÃO tocam o
chão. Executar quatro movimentos para cada lado. Duração: 15
segundos.

 


4o. Exercício:
Este movimento conduz a água através do cólon pela compressão do baixo-ventre. Sentado no chão, perna esquerda esticada, flexione
o joelho direito e coloque a planta do pé direito no solo ao lado da coxa esquerda, pouco acima do joelho. O joelho direito aponta para cima de modo que a coxa fique encostada no tronco. O corpo fica ligeiramente inclinado para trás, apoiado na mão direita. Com o auxílio do braço esquerdo, comprima a coxa flexionada contra o baixo ventre e vire-se para a direita. Rapidamente troque a posição dos braços e pernas e repita o movimento para o outro lado. Executar quatro movimentos para cada lado. Duração: 15 segundos.

 


OBSERVAÇÕES:

- A lavagem do tudo digestivo levará, no mínimo, uma hora e meia. Reserve a manhã de domingo ou qualquer outro dia em que disponha de bastante tempo livre;
- A época mais propícia é na mudança das estações, portanto, apenas quatro vezes ao ano;
- O momento mais indicado é pela manhã, em jejum. Os que sofrem de constipação intestinal crônica podem tomar um laxante suave (mamão+ameixa) na véspera, para facilitar a primeira evacuação;
- Neste dia, não praticar posturas que exijam esforço, nem exercícios violentos.
- Máximo repouso;
- A primeira refeição após a lavagem deve ser tomada, no mínimo, meia hora após a conclusão da mesma e, no máximo, uma hora após. Deve constar de uma papa de arroz integral batido no liquidificador com água. Levar ao fogo e cozinhar em fogo brando
até ficar bem macio. Regar com bastante azeite (para lubrificar os órgãos). No dia seguinte, incluir sucos verdes crus;
- Até 24 horas após a lavagem, estão proibidos os alimentos artificiais, com aditivos químicos, bem como alimentos ácidos e enlatados, leite, iogurte, bebidas alcoólicas e carne;
- Na primeira refeição após a lavagem, é indispensável incluir bastante azeite de oliva virgem, que pode ser derramado sobre o prato, sobre a papa de arroz ou sobre alimentos bem cozidos;
- Após a primeira refeição, beber água ou chá de ervas à vontade;
- Após a lavagem, ocorre ligeira perda térmica. Convém agasalhar-se bem e evitar apanhar frio.

Contra indicações:
Devem abster-se pessoas que sofrem de úlceras no aparelho digestivo, câncer e tuberculose intestinal, desinteria e colites crônicas.

Causas de Possíveis Fracassos

- Se, depois de ter bebido 4 copos de água, por exemplo, sentir que a água não passa normalmente pelo tubo digestivo, causando sensação de saciedade ou náusea, isto significa que o piloro não está se abrindo como devia. Pare de ingerir a água e repita a série dos exercícios por 3 ou 4 vezes. Quando a náusea desaparecer significa que o caminho está aberto e que você pode continuar o procedimento como recomendado.

- Se, mesmo após ter seguido a orientação acima, a sensação de saciedade e a náusea continua, existem duas soluções:

- provoque o reflexo vomitivo colocando três dedos na base na língua, ou

- não faça nada; a água será normalmente expelida do organismo através da urina.


Técnica


1. Aquecer a água e adicionar sal de cozinha à razão de uma colher de sobremesa rasa para cada litro d'água. Esta concentração é próxima à do soro fisiológico. Se a água parecer muito salgada, é possível reduzir um pouco a concentração. Não use água pura para a lavagem.

2. Beber um copo (250ml) dessa água morna, salgada.

3. Executar os quatro exercícios apropriados, acima descritos.

4. Imediatamente em seguida dos exercícios, beber outro copo de água morna e salgada. Repetir os exercícios. Continuar alternando a ingestão da água e os exercícios até ter bebido 6 copos. A água não deve acumular-se no estômago, mas sim passar rapidamente para os intestinos, impulsionada pelos exercícios.

5. Depois do sexto copo, ir ao banheiro. Normalmente, a primeira evacuação produz-se quase imediatamente. As fezes normais são seguidas por outras pastosas e depois líquidas. Se não evacuar entre cinco a dez minutos, repetir os exercícios sem tomar água. Se, eventualmente, ainda assim não funcionarem os intestinos, aplicar um clister de 250gr. de água morna. Assim que as primeiras fezes forem evacuadas, o resto segue automaticamente.. Depois dessa primeira passagem, é preciso:

6. Beber um copo d'água morna, salgada, executar os quatro exercícios e voltar ao banheiro. Cada vez, haverá uma nova evacuação. Continuar, alternadamente, neste ritmo: UM COPO - EXERCÍCIO - BANHEIRO, até que a água eliminada esteja tão limpa quanto a ingerida. Dependendo do intestino e do tipo de alimentação, serão necessários, ao todo, de dez a catorze copos.

7. Quando a água eliminada estiver tão limpa quanto a ingerida, basta suspender a absorção da água e repetir os exercícios mais três ou quatro vezes. A água continuará a ser eliminada por mais algum tempo.

8. Tome agora 2 copos de água morna sem sal e provoque vômito para esvaziar o estômago.

9. Procure repousar um pouco antes da primeira refeição que deverá ser depois de uma meia hora. Não deixe passar mais de uma hora antes de fazer a primeira refeição após o Shank Prashalana. É terminantemente proibido deixar o tubo digestivo vazio mais de uma hora.

Os resultados far-se-ão sentir nos dias que se seguem:
· frescor do hálito
· melhora da pele e do sono
· bem-estar geral

Nota: Aqueles que sofrem de constipação séria podem fazer o Shank Prakashalana semanalmente, tomando apenas 6 copos de água morna e salgada, até terem reeducado os intestinos. Neste caso, todo o procedimento leva apenas uma meia hora.

Procure seguir uma dieta equilibrada, evitando o excesso de carnes, bebidas alcoólicas, condimentos, açúcar, sal, farinhas refinadas.

Atenção:

Nem o Yoga nem eu como instrutora de Yoga podemos ser responsabilizados por qualquer problema ocasionado pela falta de atenção rigorosa na técnica descrita acima.

O Shank Prashalana não pretende substituir os cuidados médicos e/ou de profissionais da saúde. Se tiver sintomas de algum problema de saúde que normalmente procuraria um médico, eu aconselho que o faça.
O procedimento de lavagem do tubo digestivo aqui apresentado pode aliviar ou eliminar os sintomas junto com as causas dos sintomas. Use-o sob sua responsabilidade e procure o aconselhamento do seu médico ou a supervisão de um profissional qualificado antes de parar de tomar qualquer medicação que esteja fazendo uso.

Claudia Giovani

 Voltar Próximo
 Todo e qualquer texto deste site requer autorização prévia da autora para sua edição em outros sites. Obrigada.
 Dúvidas, sugestões ou interesses comuns, escreva-me.

 

 

 http://sites.uol.com.br/claudiagiovani/

Atualizada em 27/04/02